POLÍTICA NACIONAL DO VOLUNTARIADO

Ao longo dos anos, os projetos desenvolvidos pela Cáritas Londrina foram ganhando força e verificou-se a necessidade de envolver cada vez mais a comunidade, buscando voluntários proativos e comprometidos com a causa da nossa instituição.
A expressão mais concreta da pastoralidade e identidade mística e espiritualidade inicia-se sempre no ser e fazer da Cáritas.

Essa expressão é indicada pela atitude em que a ação pastoral social da Cáritas é vista e apresentada pelas pessoas que a constroem. Entre as pessoas que a constroem estão os/as voluntários/as.

Público-alvo: adultos (18 a 60 anos) de qualquer gênero que gostem de ajudar o próximo, sejam proativos, dedicados e comprometidos. Voluntários/as são pessoas que, não recebendo remuneração, têm como motivação em sua colaboração voluntária um sinal profético a favor da fraternidade universal, testemunhando dia a dia, doando seus dons, talentos e tempo com e aos Pobres, à concretização do Reino de Deus com uma sociedade mais justa e solidária.

Objetivo Geral do Voluntariado: A ação voluntária é dirigida para a efetivação dos referenciais institucionais da Rede Cáritas e da Pastoral Social da Igreja, junto com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), contribui para construir uma vida melhor para as pessoas e colabora com a mobilização de pessoas em esforços comuns, a fim de potencializar boas práticas de transformação social.

Objetivos Específicos do Voluntariado:
– Distribuir melhor as responsabilidades em espaços de gestão da Cáritas
– Melhor distribuição de tarefas cotidianas de modo a maximizar ações e evitar sobrecarga de trabalho;
– Pluralidade de perfis de agentes Cáritas;
– Abertura de novas ações/projetos/ideias;
– Possibilidade de voluntários/as agregarem sua expertise técnica à Cáritas;
– Estimular a transformação social através de uma nova perspectiva.

Voluntariado na Missão Social da Igreja e para Cáritas Brasileira

De acordo com documento que trata sobre a Política Nacional do Voluntariado, a ação transformadora da Igreja situa-se no marco da sua missão evangelizadora: promover o cuidado incondicional. No contexto atual, a Igreja e suas organizações, por meio da colaboração da ação pastoral social, exigem ainda mais conversão à sua missão profética de defesa de direitos e com projetos concretos, com, para e aos pobres, superando sempre, radicalmente, todo tipo de mera colaboração social que não possui investimento evangélico e eclesial.

A Cáritas tem a tarefa de colocar “em movimento e atualizar o serviço da caridade”. Deve ser expressão do amor da Igreja no âmbito da sua missão evangelizadora. A Cáritas participa nesta missão da Igreja, portanto, através do testemunho profético:

Testemunho, porque a ação social transformadora da Cáritas deve expressar os sinais do Reino de Deus: atuar em prol da justiça, solidariedade e hospitalidade incondicional com os pobres e os bens naturais.

Profético, porque a Cáritas deve influenciar a mudança social nela mesma, bem como nos mecanismos sociais e organizações parceiras, para alcançar a realização da revolução do amor. O testemunho precisa de testemunhas. As testemunhas do Evangelho são sempre pessoas concretas que se manifestam em gestos concretos, na busca de coerência coletiva, manifestar por meio da organização e vida comunitária.

Para a Cáritas, essas testemunhas são os próprios voluntários, que sendo pessoas que não recebem nenhum tipo de remuneração, têm como motivação em sua colaboração voluntária um sinal profético a favor da fraternidade universal, testemunhando dia a dia, doando seus dons, talentos e tempo com e aos pobres, à concretização do Reino de Deus com uma sociedade mais justa e solidária.

O voluntariado para a Cáritas, portanto, não é uma realidade circunstancial, (se ele existe bem e, se não, também). Estamos diante de um elemento essencial da identidade da Cáritas. Quando falamos de voluntariado, referimo-nos a essas pessoas que, com a cultura da gratuidade e da solidariedade, estão colaborando em especial com os pobres e estão dispostos em participar, ouvir, orientar, ajudar e apoiar todos aqueles cidadãos e irmãos a quem as estruturas sociais baseadas no lucro e na exploração empobrecem e maltratam.

Assim, podemos afirmar que sem o/a voluntário/a não seria possível a missão social transformadora da Igreja, da Cáritas. Na ação caritativa e social da Igreja, o voluntariado possui e desempenha um papel insubsituível. Sem ele, o exercício da caridade na vida da Igreja seria simplesmente impossível. O cultivo da interioridade, da fé e da caridade, feito com respeito pela liberdade de consciências, é um objetivo que não pode ser esquecido pelo/a voluntário/a Cáritas; porque confia a essas pessoas a expressão de sua identidade e missão evangelizadora no mundo.

Para ser eficiente e eficaz, a ação voluntária deve estar fundada no princípio da solidariedade e em consonância com políticas públicas que favoreçam a participação social e a redução das enormes desigualdades do nosso país e do mundo – esse é o sentido do voluntariado para a Rede Cáritas: unir os esforços para a construção do Bem Viver, de iniciativas locais para a vida comum e com justiça social, somando vontades, princípios, energias, sentimentos e solidariedades de pessoas voluntárias.

Outros referenciais de conceitos de Voluntariado

O documento Política Nacional do Voluntariado da Cáritas Brasil afirma que com as transformações do Estado e da sociedade civil, que marcaram as últimas décadas, sobretudo no âmbito das relações entre o Estado e a sociedade civil, abrindo novas possibilidades de participação nos processos decisórios do país, a ação voluntária vem tomando espaço privilegiado no âmbito das práticas de transformação social concretas, chegando mesmo a ser considerada fundamental para que os projetos de desenvolvimento tenham resultado, sobretudo para organizações da sociedade civil

O voluntariado que nasce desse encontro da solidariedade com a cidadania não é para substituir o Estado, nem se chocar com o trabalho remunerado conforme o marco legal do trabalho, mas exprime a capacidade de a sociedade assumir responsabilidades no esforço coletivo de construção de iniciativas concretas para enfrentamento dos problemas sociais e defesa e garantis de direitos. Mesmo considerando esses princípios, não existe um conceito absoluto sobre o que é ser voluntário/a, sendo possível, contudo, partir de uma definição mínima sobre o termo, apoiando-se sobre conceituações de diversas organizações.

Para o programa das Nações Unidas para o Voluntário (NUV), por exemplo, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos”.

Desse modo, na colaboração voluntária, o dinheiro não é o objetivo final, nem a medida de referência. Cooperação, responsabilidade, compromisso, solidariedade, tolerância deixam de ser abstrações para se tornar realidade.